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O que os ministros da Primeira Turma do STF disseram sobre as medidas cautelares contra Bolsonaro
Os ministros tinham até as 23h59 desta segunda-feira, 21, para registrarem seus votos.
Por Primavera FM
Publicado em 22/07/2025 10:39
Novidades

22-07-2025

O plenário virtual estava aberto desde o meio-dia da última sexta, 18, dia em que o ex-presidente passou a usar tornozeleira eletrônica. Os ministros tinham até as 23h59 desta segunda-feira, 21, para registrarem seus votos.

Além de Moraes, que referendou a própria decisão, os ministros Flávio DinoCristiano Zanin e Cármen Lúcia acompanharam o ministro votaram no mesmo dia da abertura da votação no plenário virtual. A divergência foi de Luiz Fux.

 
Ministros Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma do STF, Cármen Lúcia e Alexandre de Moraes e o procurador-geral da República, Paulo Gonet Foto: Antonio Augusto/STF

Mesmo com maioria formada, havia expectativa sobre o voto do ministro Luiz Fux, que tem protagonizado divergências com a linha de Moraes no âmbito do julgamento dos réus do 8 de Janeiro e em alguns momentos durante as sessões das ações penais da tentativa de golpe de Estado.

 
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Voto do ministro Alexandre de Moraes

Em seu voto, no sentido de referendar a decisão que ele próprio proferiu na quinta-feira, 17, Moraes disse que o Poder Judiciário não permitirá nenhuma tentativa de submeter o funcionamento do STF ao crivo de outro Estado, “por meio de atos hostis derivados de negociações espúrias e criminosas, com a finalidade de coagir a Corte e favorecer a impunidade penal”.

Moraes avaliou que Bolsonaro cometeu os mesmos delitos do filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que se tornou alvo de inquérito por buscar sanções nos Estados Unidos contra autoridades brasileiras, tentando livrar o pai do julgamento do golpe de Estado.

O ministro também citou o escritor brasileiro Machado de Assis para enfatizar a importância da soberania nacional, um dos fundamentos da República Federativa do Brasil.

Voto do ministro Flávio Dino

O ministro Flávio Dino seguiu o relator, ministro Alexandre de Moraes, por considerar que há a possibilidade de que o ex-presidente fuja do País

 

 

Voto do ministro Cristiano Zanin

Presidente da Primeira Turma, o ministro Cristiano Zanin acompanhou o relator, mas não registrou voto separado.

Voto da ministra Cármen Lúcia

A ministra Cármen Lúcia acompanhou Moraes e enfatizou que a necessidade da manutenção das medidas cautelares está evidenciada por diversas postagens e esforços de Bolsonaro e de seu filho Eduardo para interferir no trâmite da ação penal do golpe, na qual o ex-presidente é réu.

Cármen Lúcia citou, por exemplo, uma postagem de Jair Bolsonaro do dia 10 de julho, na qual ele atribui o aumento tarifário dos produtos brasileiros ao “afastamento do Brasil de seus compromissos históricos com a liberdade” e pediu aos Poderes que ajam para “resgatar a normalidade institucional”.

 

Para a ministra, a decisão de impor medidas cautelares contra Bolsonaro é adequada para que os fatos descritos na denúncia do Ministério Público sejam “apurados na forma constitucional do devido processo legal” e em “benefício da segurança pública e jurídica e da sociedade, a fim de se guardar a Constituição do Brasil e se garantir o Estado de Direito”.

Voto do ministro Luiz Fux

Fux divergiu dos demais ministros da Primeira Turma. Para o magistrado, não está configurado o risco de fuga de Jair Bolsonaro, e a imposição das medidas cautelares “pode se revestir de julgamento antecipado”.

Fux afirmou que “a amplitude das medidas impostas” é desproporcional aos direitos do réu, como a liberdade de ir e vir e a liberdade de expressão. O ministro avaliou que, apesar das alegações de que haveria uma tentativa de obstruir o julgamento da ação penal por tentativa de golpe por meio de sanções do governo dos Estados Unidos, o STF “tem demonstrado de forma inequívoca a sua independência e a sua impermeabilidade às pressões dos setores que manifestam desagrado com as suas decisões”.

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