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Trump dá tempo à diplomacia e diz que decidirá sobre participação americana na guerra em 2 semanas
“Com base no fato de que há uma chance substancial de negociações que podem ou não ocorrer com o Irã no futuro próximo, tomarei minha decisão sobre ir ou não nas próximas duas semanas
Por Primavera FM
Publicado em 19/06/2025 17:25
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19-06-2025

WASHINGTON - Após se reunir pela terceira vez em três dias com seus principais assessores de segurança nacional na Casa Branca para discutir a guerra entre Israel e Irã, o presidente americano Donald Trump declarou que tomará uma decisão sobre a participação dos EUA no conflito em até duas semanas.

“Com base no fato de que há uma chance substancial de negociações que podem ou não ocorrer com o Irã no futuro próximo, tomarei minha decisão sobre ir ou não nas próximas duas semanas”, disse Trump por meio de um comunicado lido por sua secretária de imprensa, Karoline Leavitt.

A decisão de Trump de adiar um posicionamento sobre o envolvimento americano na guerra ocorre depois de diplomatas europeus e iranianos marcarem uma reunião na sexta-feira em Genebra, na Suíça, para discutir o conflito e o futuro do programa nuclear iraniano.

 
Trump conversa com a imprensa na Casa Branca Foto: AFP

China e Rússia, dois dos principais aliados do Irã, também aumentaram a pressão por uma saída diplomática para o conflito nos últimos dias.

Ainda de acordo com a porta-voz de Trump, representantes americanos e iranianos têm tido contato diplomático nos últimos dias.

O prazo dado por Trump vem a público depois de o presidente exigir publicamente a rendição incondicional do Irã e de ameaças feitas ao líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei. Apesar da retórica dura, o republicano evitou autorizar um envolvimento na guerra, depois de cisões em sua base de apoio interna virem a público e de informações de inteligência revelarem que ativos americanos no Oriente Médio estariam vulneráveis a retaliações do Irã.

Ao adiar publicamente seu cronograma para decidir se atacará o Irã, o presidente Trump ganha tempo e espaço para mais diplomacia e abre novas opções.

Ele pode testar se a visão do Irã sobre o acordo que ele e seu enviado, Steve Witkoff, colocaram na mesa parece mais atraente para Teerã agora que o país sofreu grandes perdas em sua frota de mísseis e lançadores, em algumas de suas instalações nucleares e nos altos escalões de suas Forças armadas.

Ele também pode estar dando tempo a Israel para tentar outras maneiras de atingir as instalações nucleares subterrâneas do Irã em Fordow, no terreno ou por meio de ações secretas. E ele criou tempo para permitir que a Rússia e a China intervenham junto aos iranianos.

O conflito iniciado por Israel para pôr fim ao programa nuclear iraniano completou uma semana nesta quinta-feira, 19. Desde o início da ofensiva, os israelenses mataram os principais cientistas nucleares iranianos e a cúpula militar do país, além de destruir parte das instalações atômicas.

Apesar do sucesso da campanha, no entanto, uma destruição completa do projeto só pode ser alcançada com auxílio militar americano, já que os EUA são o único país com bombas capazes de penetrar as montanhas nas quais o Irã construiu essas usinas.

Além disso, as defesas aéreas israelenses, que tem defendido a maior parte das retaliações iranianas com mísseis balísticos, estão sob pressão, o que também aumenta a necessidade de ajuda americana. / AP E NYT

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