Professor de medicina da USP acredita que medidas como o uso de máscaras devem seguir nas escolas (Crédito: Myke Sena/MS)
Depois de mais de 2 anos de pandemia de Covid-19, as restrições de circulação estão cada vez mais afrouxadas no Brasil e no mundo. Por aqui, o governo inclusive já publicou a portaria que põe fim à emergência sanitária no país, no fim de abril.
Os especialistas, no entanto, ainda estão reticentes em decretar o fim da pandemia por conta da capacidade de mutação do vírus.
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O professor do Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da Universidade de São Paulo (USP) Esper Kallás explica que, diferente do que se acreditava no início da pandemia, o vírus da Covid-19 é extremamente mutável.
“A gente está vendo o comportamento do vírus, que mostra sua capacidade de mutação. No começo da pandemia, achava-se que se tratava de um vírus relativamente estável, que não iria trazer surpresas, mas o tempo mostrou que a gente estava errado. Isso fez com que ele se adaptasse a um objetivo principal, que era sua transmissibilidade, porque, do ponto de vista evolutivo, o que ele quer é se espalhar”, explicou para a Rádio USP.
Vírus está se espalhando entre as crianças
A média móvel de novos casos no Brasil está em ligeira alta, chegando a 16.421 na última quinta-feira (12). No entanto, diversas escolas estão relatando surtos principalmente entre crianças que não estão com o sistema vacinal completo.
O professor Kallás, defendeu que as medidas de proteção, como o uso de máscaras, continuem a ser adotadas principalmente em escolas para proteger as crianças e reafirmou a importância das vacinas, já que grande parte das crianças não estão com o sistema vacinal completo.
“As crianças acabaram, dessa vez com muito mais clareza, servindo como o principal vetor da disseminação do vírus, isso vem acontecendo no país todo. Se nós protegemos as crianças, consequentemente protegemos também os adultos em seu entorno”, encerrou.