Na viagem de Jair Bolsonaro à Rússia há duas semanas, o presidente e seus auxiliares se juntaram a empresários do agronegócio brasileiro liderados por Marcos Molina, o dono da Marfrig, para uma reunião com os principais fornecedores russos de potássio, fósforo e nitrogênio, os insumos base dos fertilizantes usados nas lavouras.
O encontro ocorreu no dia 16 no hotel Metropol, em Moscou, e transcorreu em clima de cooperação. Segundo uma pessoa que participou das conversas, os brasileiros pediram aos russos mais embarques de fertilizantes ao Brasil para baratear o produto e aumentar as nossas exportações agrícolas.
Os russos, grandes compradores de soja e proteína animal brasileira, disseram, segundo essa fonte, que tinham interesse e que fariam o possível para enviar mais ao Brasil. Um dos presentes era Andrey Guryev, dono da gigante PhosAgro, uma dos maiores produtoras de fosfato da Europa.
Apesar do conflito iminente–a Rússia atacaria a Ucrânia sete dias depois da reunião–, quase não se falou em guerra e nem do impacto dela nas rotas comerciais. “Ouvimos mais sobre o conflito no Brasil antes de embarcar do que na nossa viagem a Moscou”, disse uma pessoa que integrou a comitiva de Bolsonaro em fevereiro.
Tudo o que foi prometido, disse essa fonte, caiu por terra com a invasão. “Nos prometeram fazer o possível para mandarem mais fertilizantes, mas tudo voltou como era antes”, disse.