Nesta sexta-feira (07), o presidente do Cazaquistão, Kassym Jomart Tokayev, anunciou que autorizou as forças da segurança a abrirem fogo “sem aviso prévio” para pôr fim aos protestos que atingem todo o país.
“Dei a ordem de atirar para matar sem aviso prévio”, declarou Tokayev em discurso transmitido pela televisão, acrescentando que “os terroristas continuam danificando propriedades e usando armas contra os cidadãos”.
O presidente cazaque rejeitou qualquer negociação e prometeu “eliminar” os “bandidos” que provocaram os distúrbios, que segundo ele, são cerca de “20 mil” com um “plano claro”.
Tokayev afirmou também que “as forças da ordem estão trabalhando duro” e “a ordem constitucional foi amplamente restabelecida em todas as regiões”, mas acrescentou que as operações de segurança vão continuar “até a destruição total dos militantes”.
Dezenas de manifestantes e 18 membros das forças de segurança já morreram em confrontos no Cazaquistão, país que vive uma onda de manifestações que culminou na dissolução do governo.
Segundo a TV estatal, dois policiais foram encontrados decapitados.
Cerca de 2,3 mil pessoas já foram detidas e 748 policiais ficaram feridos nos maiores protestos desde a independência do país em 1991, em meio ao colapso da União Soviética.
Os protestos explodiram no domingo (02), após o governo dobrar o preço do gás GLP e de outros combustíveis no primeiro dia do ano, e se espalharam pelo país.