Conflito entre Israel e palestinos: o que está acontecendo e mais 5 perguntas sobre a onda de violência
·13 minuto de leitura
A recente escalada de violência entre Israel e o Hamas, o grupo extremista que controla a Faixa de Gaza, atraiu novamente as atenções do mundo para um conflito que se arrasta por décadas, misturando política e religião.
E que já deixou mortos e feridos de ambos os lados, sendo a maior parte das vítimas em território palestino.
Também trouxe à tona muitos questionamentos.
Abaixo, a BBC News Brasil responde a algumas das perguntas mais buscadas em português no Google sobre o confronto.
O que está acontecendo em Israel?
O conflito entre israelenses e palestinos já existe há muito tempo, mas o gatilho para a nova escalada de violência teve origem nas ameaças de despejo de famílias palestinas de Sheikh Jarrah, um bairro fora dos muros da Cidade Velha de Jerusalém.
Tribunais israelenses haviam dado ganho de causa a grupos de colonos judeus que reivindicavam a área em que viviam as famílias.
Mas, como destaca o editor da BBC para o Oriente Médio, Jeremy Bowen, essa é mais do que uma disputa "por um punhado de casas".
Há décadas, israelenses têm ocupado áreas habitadas por palestinos por meio de assentamentos, tanto em Jerusalém Oriental quanto na Cisjordânia.
Só nesta última, são cerca de 430 mil colonos israelenses distribuídos entre 132 assentamentos.
Essas colônias são consideradas ilegais pela lei internacional. Em pelo menos seis ocasiões desde 1979 o Conselho de Segurança da ONU reafirmou que elas são "uma violação flagrante da legislação internacional". A última delas foi em 2016 - o documento oficial também menciona Jerusalém Oriental.
Já Israel defende as iniciativas argumentando que se trata de uma estratégia de defesa de sua integridade, e não uma tentativa de tomada da soberania palestina.
Segundo Bowen, o fato de o conflito ter desaparecido das manchetes internacionais nos últimos anos, diz ele, não significa que tenha acabado. "É uma ferida aberta no coração do Oriente Médio", diz ele, que gera ódio e ressentimento que atravessa não apenas os anos, mas gerações.