Doria sobre mulher pisada no pescoço: “Causa repulsa”. PMs são afastados

Os policiais militares que aparecem no vídeo pisando no pescoço de uma mulher negra, em Parelheiros, zona sul de São Paulo, foram afastados. Em perfil do Twitter, o governador do estado, João Doria, comentou o caso e disse que as “cenas causam repulsa”.

Segundo Doria, é “inaceitável a conduta de violência desnecessária de alguns policiais”.

A vítima é uma comerciante de 51 anos, víuva, que tem cinco filhos e dois netos. Na ocasião, os agentes abordavam um grupo de pessoas em bares e restaurantes que estavam proibidos de abrir na capital. O estabelecimento da mulher, que teve a identidade revelada, estava aberto e um cliente parou o carro com som alto na frente do bar, o que incomodou os vizinhos do local e a polícia foi chamada.

Ela relatou ao G1 que pediu ao motorista para abaixar o som e, ao sair, viu um carro policial parado. Um dos agentes, segundo ela, agredia um amigo. “Eu pedi para o policial não bater mais nele, que já estava desfalecido, deitado no chão e o policial sobre o rosto dele”.

“Ele me empurrou na grade do bar, me deu três socos e uma rasteira para me derrubar. Quebrou minha tíbia. Ele ficou pisando no meu pescoço com meu rosto encostado no chão. Me bateu e quanto mais eu me debatia mais ele apertava a botina no meu pescoço”, relatou a comerciante.

Depois disso, a mulher foi arrastada algemada pelo asfalto até a calçada. Ela relatou que desmaiou quatro vezes durante o ato dos PMs. Os agentes disseram a amigos dela que precisaram agir, pois ela os ameaçou com uma barra de ferro, como consta o boletim de ocorrência.

O caso foi registrado como desacato, lesão corporal, desobediência e resistência contra a comerciante. A vítima foi levada para o hospital com ferimentos e a perna quebrada. Após ser atendida, ela ficou presa um dia na delegacia. Após ser solta, passou por uma cirurgia na perna e precisou levar 16 pontos.