Offline
Efeito pandemia: 40 academias fecham e 4,5 mil pessoas são demitidas no DF
Governo
Publicado em 14/06/2020

Efeito pandemia: 40 academias fecham e 4,5 mil pessoas são demitidas no DF

Sem previsão para retorno das atividades, donos desses estabelecimentos acumulam prejuízos e professores são dispensados

Faixa roxaJP RODRIGUES/METRÓPOLES

ATUALIZADO 14/06/2020 12:00

Apandemia de coronavírus no Distrito Federal atingiu em cheio o segmento de academias de ginástica. Há três meses fechadas em cumprimento a decreto governamental, muitas sucumbiram. Até o momento, 40 encerram as atividades. Além disso, 4,5 mil profissionais do setor foram demitidos. A previsão do sindicato que representa a categoria é de que mais 5 mil colaboradores sejam dispensados até o fim de junho.

Jessé Nepomuceno é dono da JK Fitness, que fica em São Sebastião. Sem perspectiva, ele diz estar a um passo de decretar falência. O quadro de funcionários já foi reduzido de 22 para três e o aluguel do espaço está atrasado. “O e-mail que recebi do meu locador é que tenho 15 dias para quitar os débitos, caso contrário, ele entra na Justiça”, lamenta.

Nepomuceno diz que a situação das pequenas e médias academias é tão grave que mesmo se forem autorizadas a reabrir nos próximos dias vão encontrar dificuldades para se manterem, tendo em vista o acúmulo de dívidas.

Por isso, ele defende que o Governo do Distrito Federal (GDF) ofereça linha de crédito ou auxílio. “A gente pode até ficar parado, mas desde que algum fundo nos ajude. A situação está dramática”, reclama.

Já Mitermayer dos Anjos, dono da Miter Top Team, em Vicente Pires, diz só não ter fechado graças a uma engenharia financeira que comprometeu outras finanças da família. Mas o arranjo tem prazo de validade curto. “Coloquei funcionários no home office, fiz a suspensão de contrato de trabalho e, mesmo assim, o caixa já secou.”

Segundo ele, os gastos continuam altos e o pouco dinheiro que entra nem de perto é suficiente para honrar todos os compromissos. “A gente precisa ir sempre lá para fazer funcionar o ar-condicionado, tem água, luz. Se não tiver jeito, a partir de segunda [15/06] já devo começar a dispensar os funcionários”, pontua.

Artes marciais

O proprietário de uma academia de artes marciais em Samambaia, Gilvan Rodrigues, lembra que, ainda em março, alguns alunos mantiveram os contratos. À medida que o tempo passou, no entanto, as mensalidades foram minguando. “Houve redução de 85%. Os professores aqui ganham por aluno e, alguns, já estão sem renda. Gente que ganhava R$ 2,3 mil, R$ 2,8 mil, agora não está recebendo nada”, conta.

 

Veja o depoimento de Gilvan Rodrigues:

 

Demissões

Um dos professores de educação física afetados pela impossibilidade de trabalhar é Iran Nakamura, 36 anos. Ele dava aulas em uma grande rede do DF, mas acabou mandado embora em abril. “Colocaram todos de férias coletivas e, pouco antes de eu voltar, recebi a ligação dizendo que estavam cortando alguns funcionários e eu era um deles”, relata.

Desde então, Iran passou a oferecer treinamentos personalizados pela internet, mas conta ter sido difícil manter boa cartela de clientes. “No primeiro mês, até tive muitos alunos aderindo, mas oscila bastante. É difícil a pessoa manter rotina de exercícios em casa. Fidelizados mesmo, só tenho três no momento”, assinala.

Comentários