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Saiba que remédios você pode ou não tomar se tiver a Covid-19
29/03/2020 18:53 em Novidades

Saiba que remédios você pode ou não tomar se tiver a Covid-19

Estudos sugerem relação de medicamentos com o agravamento da doença: o que fazer nestes casos?
Remédios Foto: Arte O Globo
Remédios Foto: Arte O Globo

Em meio a incertezas mundiais sobre como age e evolui o novo coronavírus, alguns vilões foram aparecendo no meio do caminho: primeiro foi o ibuprofeno, quando estudos indicaram a possibilidade de o medicamento, usado como antitérmico com frequência pela população, estimular receptores que facilitariam a entrada do vírus na célula.

 
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Depois, vieram os remédios para pessoas cardíacas e hipertensas, que também agravariam, supostamente, o quadro da Covid-19.

E mais uma enxurrada de informações compartilhadas nas redes sociais, muitas vezes falsas, sobre a relação de medicamentos específicos com a piora ou melhora da doença.

Ficou difícil saber o que se pode tomar ou não: como lidar com aquele medicamento de uso contínuo agora sob suspeita de agravar a doença? E o que tomar, caso apareçam sintomas? Há remédios que ajudam?

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— Nenhum medicamento é alvo de uma contraindicação absoluta. E, além disso, vários dos estudos divulgados ainda são inconclusivos, sem muitas evidências do que de fato gerou o agravamento da doença — explica Glória Selegatto, médica infectologista do Hospital Sírio-Libanês. — Pessoas idosas, faixa etária que concentra os casos de complicação, por exemplo, têm em seu grupo um grande número de casos de hipertensão, que passou a ser enquadrada como um fator de risco. E não dá para suspender, sem recomendação médica, um medicamento de uso contínuo. Deve-se controlar a doença de base, para que isso não gere uma complicação mais séria depois.

Não acredite em soros milagrosos. Na dúvida, opte pela prevenção (como substituir o ibuprofeno por outro antitérmico). E consulte seu médico, se necessário.

Há medicamentos associados, comprovadamente, ao agravamento da doença ou de seus sintomas, ou que mascaram a sua evolução? E em estudo?

Remédios Foto: Arte O Globo
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Não há, até o momento, relato de medicações claramente associadas a evoluções de maior gravidade nos casos de COVID-19. Os estudos em andamento buscam avaliar fatores de risco associados a quadros graves e letalidade, sejam eles relacionados ao paciente (doenças prévias) ou medicações.


Que remédios não são indicados para tomar neste momento? E o que vale tomar, para, por exemplo, ter um cuidado extra com imunidade?

Remédios Foto: Arte O Globo
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Não há evidência de medicações com contra-indicação absoluta. Para a imunidade, não existe nenhuma medicação para "melhora". O recomendado é sempre manter uma boa saúde: alimentação equilibrada, prática de atividades físicas, não fumar...


E em caso de sintomas da Covid-19, o que é recomendado tomar de medicação?

Remédios Foto: Arte O Globo
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A dipirona e o paracetamol são analgésicos comuns que podem ser usadas para alívio de dor de cabeça, dor no corpo e febre, respeitadando-se a dose e número de tomadas prescritas. Alguns anti-alérgicos podem ser usados para melhora de sintomas como tosse e coriza.


Afinal, pode ou não tomar ibuprofeno? E outros remédios do dia a dia, como dorflex, novalgina e neolsadina?

Nenhum estudo demonstrou que ibuprofeno esteve ligado a quadros clínicos mais graves de COVID-19.  O uso do ibuprofeno e outros anti-inflamatórios (cetoprofeno, diclofenaco) não é contra-indicado na infecção pelo coronavírus, no entanto, deve ser sempre evitado em pacientes com doenças renais, hipertensão, diabetes, problemas no fígado, pois nessas situações seu uso é comprovadamente prejudicial.


Sobre a disseminação de fake news sobre o uso de remédios na pandemia, que tipo de informação errada vem circulando por aí?

Remédios Foto: Arte O Globo
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Várias notícias são disseminadas, tanto com informações completamente enganosas - como soros de imunidade e terapias curativas, como notícias com informações interpretadas de forma errônea - por exemplo, em relação ao 100% de sucesso da hidroxicloroquina.


O que sabemos da cloroquina e da hidroxicloroquina em relação à doença? E que recomendações dar ao público, que está caçando o remédio nas farmácias?

Remédios Foto: Arte O Globo
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O  que se sabe até o momento é que em estudos que avaliaram o uso dessas medicações e melhora clínica do paciente não houve diferença entre quem usou e quem não usou. Mas são estudos iniciais. Levando em conta os efeitos colaterais da cloroquina (arritmias cardíacas e alterações na visão), não há indicação de seu uso atualmente. Além disso, o uso indiscriminado dessa medicação faz com que ela fique indisponível pra quem realmente precisa dela, como, por exemplo, os pacientes com doenças reumatológicas. 
 

 
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