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Professora que escreveu livro sobre a história de Aparecida de Goiânia se declara no aniversário da cidade: 'Amor e cumplicidade'
Nossa Região
Publicado em 07/05/2019

Professora que escreveu livro sobre a história de Aparecida de Goiânia se declara no aniversário da cidade: 'Amor e cumplicidade'

Nilda Simone Siqueira, de 51 anos, se inspirou nas raízes de seus antepassados para registrar passado do município, que está prestes a completar 97 anos

A relação da professora e pesquisadora Nilda Simone Oliveira de Siqueira, 51 anos, com Aparecida de Goiânia vai muito além das mais de quatro décadas morando na segunda maior cidade de Goiás. Com raízes fincadas na região há várias gerações, ela levantou um extenso material e escreveu um livro sobre história do município, prestes a completar 97 anos e com o qual construiu uma sólida ligação de amor.

Nascida em Inhumas, Nilda se mudou para Aparecida de Goiânia quando tinha 11 anos. Na cidade, ainda bem pequena à época, se estabeleceu toda sua família, desde os pais até suas trisavós. Lá também é que ela se casou - hoje é divorciada - e teve os dois filhos.

Nesse período, os laços com a cidade que ela viu se desenvolver se estreitaram cada vez mais. Um verdadeiro caso de amor.

 

"A minha relação com a cidade é de amor, carinho e cumplicidade. Foi aqui onde passei parte da minha infância e toda a adolescência, tive meus filhos. É onde pretendo morar até o fim da vida", disse ao G1.

 

Formada em educação física, ela trabalha como professora em uma escola estadual e, no outro período, na Biblioteca Pública Municipal Ursulino Tavares Leão. A proximidade com centenas de obras literárias aliada à sua própria história motivou Nilda a ir atrás dos tempos mais remotos do município.

Entre uma pesquisa e outra foram 20 anos levantando fatos de quando Aparecida de Goiânia ainda era um pedaço da cidade de Campinas (que atualmente é um bairro de Goiânia). Em 2014, depois de dez anos escrevendo, lançou a obra “Um Olhar sobre Aparecida: História e Cultura”. Em 285 páginas, relata detalhes desde os idos de 1880 até os dias atuais.

 

"Meu pai, avô, bisavô e trisavô nasceram aqui. Tem uma bagagem natural dessa região. Quis conhecer a história e me encantei", conta.

 

Índios e religiosidade

 

O livro retrata o local onde hoje é Aparecida de Goiânia como a terra nativa de índios da tribo Caiapós, há mais de dois séculos. As mudanças começaram anos depois, com a imigração de povos de Minas Gerais.

"Com a mineração em queda, eles vieram para cá para viver de agricultura. Naquela época, a Igreja tinha uma espécie de monopólio e havia uma grande religiosidade e devoção à Nossa Senhora Aparecida", explica.

Neste contexto, em 1922, uma cruz foi fincada onde atualmente está a Igreja de Nossa Senhora Aparecida, na praça central da cidade. Este ato é considerado o marco inicial do município, que se emancipou em 1963.

 

Evolução

 

Nilda conta que durante muitos anos, Aparecida de Goiânia carregou a pecha de "cidade dormitório". Muitos dos moradores trabalhavam ou estudavam em Goiânia e voltavam apenas para pernoitar. Essa situação, segundo ela, mudou bastante nos últimos anos.

"Hoje as pessoas começaram a gostar de Aparecida. Hoje tem tudo aqui, a cidade se desenvolveu muito e essa para mim é a parte mais positiva do processo", pondera.

 

Por outro lado, assinala alguns problemas, como a grande quantidade de pessoas de outras cidades e estados que se mudam para o município em busca de oportunidades, provocando um inchaço que os serviços públicos ainda não conseguem atender com a qualidade necessária.

Apesar disso e de outras situações, o amor e o carinho da pesquisadora pelo local onde vive não diminuem. Vislumbrando uma nova edição do livro para ser lançado no centenário da cidade, ela deixa uma mensagem:

 

"Que Aparecida continue a crescer, mas sem que não perca sua identidade cultural".
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