Surpreendidos com a decisão do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal d o Rio de Janeiro, que determinou que o ex-presidente Michel Temer fique preso nas dependências da Superintendência da Polícia Federal do Rio, na Praça Mauá, os policiais federais tiveram que improvisar uma sala no terceiro andar do prédio para acomodar o preso.
O ex-presidente foi levado para uma sala padrão ocupada pelo corregedor-geral da PF do Rio. Até uma cama foi providenciada às pressas. Segundo o site G1, a sala é uma das poucas no edifício que tem banheiro privativo, e conta também com ar-condicionado e frigobar.
Na noite desta quinta-feira, bastante abatido, Michel Temer não quis jantar. Os policiais federais chegaram a oferecer comida (que pode ser solicitada por telefone ou comprada facilmente nos restaurantes próximos), mas o ex-presidente disse que estava sem fome.
Inicialmente, Temer iria ser levado para o Batalhão Especial Prisional (BEP), em Niterói, para onde foi levado o ex-ministro Moreira Franco e onde está preso também o ex-governador Luiz Fernando Pezão. Mas o juiz federal Marcelo Bretas aceitou um pedido da defesa de Temer e determinou que ele ficasse no prédio da PF.
“Entendo que o tratamento dado aos ex-presidentes deve ser isonômico, uma vez que o ex-presidente Lula está custodiado na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba”, diz Bretas na decisão.
O diretor da Polícia Federal no Rio, Ricardo Saadi, informou que o Temer não prestou depoimento nesta quinta-feira e que será ouvido em outra oportunidade.
No fim da noite, o ex-ministro da Secretaria de Governo Carlos Marun esteve na sede da Polícia Federal e teve acesso ao ex-presidente. Ele disse que Temer está tranquilo, porém muito triste com a decisão de Bretas e da forma como foi feito.
— Temer é um homem de 78 anos, que foi violentado por essa prisão pirotécnica. Por isso vim verificar essa situação. É uma decisão surpreendente, ilegal, injusta, indevida, inconsequente. Espero que se cumpra a lei e que o presidente Temer o mais rapidamente possível esteja em liberdade — disse Marun ao sair da PF.
Pedido de liberdade
A defesa do ex-presidente também entrou com um pedido de liberdade no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) na tarde desta quinta-feira, após o emedebista ser preso por policiais federais. O recurso foi protocolado às 16h11 e distribuído para o desembargador federal Antônio Ivan Athié, que é o relator da Operação Prypiat, uma das que originou a operação de hoje.