- 25/12/2023 18:24
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- Por Suyanne Lima
O Papa Francisco apelou esta segunda-feira, ao fim das operações militares em Gaza, à libertação dos reféns e que se enfrente a questão palestiniana, na sua mensagem de Natal, que leu na varanda da Basílica de São Pedro, no Vaticano.
No discurso, o qual enumerou os conflitos do mundo, o Papa Francisco pediu que a paz “chegue a Israel e à Palestina, onde a guerra abala a vida dessas populações” e acrescentou: “Abraço ambos, em particular as comunidades cristãs de Gaza, a paróquia de Gaza e de toda a Terra Santa”.
O líder da Igreja Católica disse que carrega “no coração a dor pelas vítimas do execrável ataque do passado 7 de outubro”, sem mencionar o grupo islâmico palestiniano Hamas, e renovou o seu apelo “à libertação daqueles que ainda estão mantidos como reféns”.
“Suplico que cessem as operações militares, com as suas dramáticas consequências de vítimas civis inocentes, e que seja remediada a desesperada situação humanitária, permitindo a chegada de ajuda”, expôs o Papa Francisco.
Por outro lado, o pontífice pediu “que a violência e o ódio não continuem a ser alimentados, mas que seja encontrada uma solução para a questão palestiniana, através de um diálogo sincero e perseverante entre as partes, apoiado por uma forte vontade política e pelo apoio da comunidade internacional”.
Carta aberta ao Papa
No domingo, a mulher do primeiro-ministro de Israel [Benjamin Netanyahu], Sara Netanyahu, enviou uma carta aberta ao Papa Francisco solicitando a sua “intervenção pessoal” e “a sua influência” para a libertação de 129 reféns ainda detidos, por considerar que a intervenção do pontífice poderia ser decisiva para salvar as vidas destas pessoas.
Em 22 de novembro, Francisco recebeu um grupo de familiares de alguns reféns detidos pelo grupo Hamas e pediu uma nova trégua para que todos pudessem ser libertados, tendo também reunido com pessoas próximas dos palestinianos presos em Gaza.
Durante a mensagem de Natal, o Papa voltou a pedir o fim da guerra na Ucrânia, na Síria e no Iémen, bem como o fim das tensões entre as duas Coreias e no Sudão, no Sudão do Sul, nos Camarões ou na República Democrática do Congo.
O líder da Igreja Católica defendeu também o fim da produção de armas e criticou a atribuição de enormes quantias de fundos públicos para armamento.
“Mas para dizer não à guerra é preciso dizer não às armas. Porque se o homem, cujo coração é instável e está ferido, encontra instrumentos de morte nas suas mãos, mais cedo ou mais tarde, vai usá-los. Como se pode falar de paz se a produção, a venda e comércio de armas aumentam?”, questionou ainda o Papa Francisco.