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Lula é criticado por não visitar locais de enchente no RS
Governo
Publicado em 09/09/2023

09-09-2023

Criticado por manter a viagem à Índia para participar da reunião de líderes do grupo das 20 maiores economias do globo (G20) e não visitar locais de enchente no Rio Grande do Sul, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mencionou a tragédia causada no Estado em seu primeiro discurso na cúpula. Cada participante tinha três minutos de fala e a previsão é a de que o brasileiro fale novamente na tarde de hoje e também amanhã.

A atitude do mandatário foi um prato cheio para a oposição que vêm criticando o presidente por não se deslocar ao estado. O deputado estadual gaúcho Rodrigo Lorenzoni (PL), filho do ex-ministro Onyx Lorenzoni, cobrou Lula por não disponibilizar “tempo para fazer um sobrevoo no Rio Grande do Sul e ver in loco a tragédia”.

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Filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro, o deputado Eduardo (PL-SP) e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) engrossaram o coro. “Enquanto existem brasileiros morrendo e pedindo socorro no Rio Grande do Sul, o atual chefe do Executivo vai para a Índia passear”, afirmou Flávio nas suas redes. Já Eduardo ironizou a sequência de viagens internacionais de Lula.

 

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Outra crítica de Lula, a deputada federal Rosângela Moro (União-SP), mulher do senador Sergio Moro (União-PR), alegou que o presidente “demonstra um profundo descaso com os problemas reais do país”.

 

Discurso G20
O petista disse que o aquecimento global modifica o regime de chuvas e eleva o nível dos mares e que as secas, enchentes, tempestades e queimadas se tornam mais frequentes e minam a segurança alimentar e energética. “Agora mesmo no Brasil, o Estado do Rio Grande do Sul foi atingido por um ciclone que deixou milhares de desabrigados e dezenas de vítimas fatais”, relatou aos demais presentes.

Lula iniciou seu discurso na Sessão I, “Um planeta Terra”, mencionando que, quando olhou por meio da escotilha de sua nave, e viu pela primeira vez o planeta Terra em toda a sua plenitude, o cosmonauta Yuri Gagarin disse que “A Terra é azul”. Gagarin foi um astronauta russo, país que hoje não está entre os mais bem-vindos do G20 por causa da guerra na Ucrânia. O presidente Vladimir Putin, inclusive, não participa do evento pela segunda edição consecutiva.

Fazendo um afago ao país anfitrião, que bateu o recorde mundial de visualizações simultâneas na internet durante a transmissão de um foguete para a Lua, o mandatário brasileiro salientou que sete décadas depois, as fotografias enviadas pela Chandrayaan-3 que a Índia pousou recentemente no polo sul do satélite da Terra não deixam dúvidas de que, vista do alto, a Terra “continua azul e linda”.

O presidente criticou, porém, o descompromisso do mundo com o meio ambiente e disse que esse comportamento leva a uma situação de “emergência climática sem precedentes”. “Se não agirmos com sentido de urgência, esses impactos serão irreversíveis”, disse.

O brasileiro salientou que os efeitos da mudança do clima não são sentidos por todos da mesma forma. “São os mais pobres, mulheres, indígenas, idosos, crianças, jovens e migrantes, os mais impactados.”

Após a Troika formada pela atual presidente rotativa, a anterior e a próxima (Índia, Indonésia e Brasil), falaram na cúpula União Africana, Argentina, Austrália, Canadá, China e Comissão Europeia. Na sequência, vieram Conselho Europeu, França, Alemanha, Itália, Japão e Coreia.

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