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Dia do Trabalho tem protestos, serviços e shows pelo país
Nossa Região
Publicado em 01/05/2017

1º de maio foi marcado por atos contra as reformas trabalhista e da Previdência Social, prestação de serviços ao trabalhador e apresentações de artistas.

São Paulo

O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, disse que representantes das centrais sindicais irão amanhã (2) ao Senado Federal para negociar possíveis mudanças na reformas trabalhista e da Previdência Social. A declaração ocorreu no ato da central sindical pelo 1º de Maio, em comemoração ao Dia do Trabalho, na Praça Campo de Bagatelle, zona norte da capital paulista, onde uma multidão se reuniu em frente ao palco.

"Não aceitamos a reforma trabalhista como está. E vamos para a Câmara. E vamos para o governo. Se o governo Temer quiser negociar a partir de amanhã, nós estamos dispostos a negociar. Agora, se o governo não abrir negociação, se o governo não discutir com centrais, se o governo não mudar essa proposta, nós vamos parar o Brasil novamente", disse Paulinho da Força.

A comemoração do Dia do Trabalho teve shows de artistas.

Rio de Janeiro

Na Cinelândia, centenas de pessoas se reuniram nas escadarias da Câmara de Vereadores em ato contra as reformas e a violência policial. Na última sexta-feira (28), a polícia usou bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo para dispersão dos manifestantees, causando um corre-corre.  Sindicalistas, lideranças sociais e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) acusam a Polícia Militar de ter agido de forma excessiva e ter inviabilizado o comício, que marcaria o fim da greve geral na cidade.  Em nota, a PM diz que agiu para combater a ação de vândalos. No mesmo dia, grupo de manifestantes e policiais se enfrentaram em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alejr) e ônibus foram incendiados em outro ponto da cidade.

Recife

O ato foi organizado pelo mesmo grupo que convocou a greve geral da última sexta-feira, no dia 28 de abril. Os manifestantes, em número menor em relação aos atos de sexta-feira, reuniram-se desde as 9h na Praça Oswaldo Cruz, no bairro da Boa Vista, e saíram em caminhada por volta de 11h, sentido Praça do Derby.

 

"Antes a gente brigava para reduzir a jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais. Hoje estamos brigando para manter a jornada, porque eles querem levar para 48 horas, ou até mesmo ditar 24 horas à disposição da empresa [trabalho intermitente]", diz o presidente estadual da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Carlos Veras, afirma, se referindo a mudanças propostas na reforma trabalhista proposta pelo governo federal, que tramita no Senado Federal depois da sua aprovação na Câmara dos Deputados, no dia 26 de abril.

Belo Horizonte

Na região metropolitana de Belo Horizonte, foi realizada a tradicional missa do Dia do Trabalho. No ato, fiéis levaram faixas e cartazes com críticas às mudanças na Previdência e nas leis trabalhistas. A celebração foi conduzida por dom Otacílio Ferreira de Lacerda, bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte. Questionado sobre as reformas, ele afirmou que "não podem ser feitas com imposição de decretos e abolição de direitos já conquistados". Em março, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) já havia se manifestado contra a reforma da Previdência.

A missa é realizada na Praça da Cemig, na cidade de Contagem, localizada na região metropolitana de Belo Horizonte. A cerimônia, que ocorre anualmente na manhã do dia 1º de maio, chegou à sua 41ª edição. Sindicatos parceiros da Arquidiocese de Belo Horizonte na organização do evento esperavam reunir cerca de 6 mil trabalhadores e fiéis. Não foi divulgado um balanço final do público. Antes da celebração, alguns sindicalistas fizeram uso do microfone para fazer breves discursos. Em decorrência da mobilização realizada na última sexta-feira (28), quando diversas categorias realizaram uma greve geral contra as reformas, as centrais sindicais não organizaram a tradicional marcha dos trabalhadores que ocorre em Belo Horizonte no dia 1º de maio.

Salvador

No Farol da Barra, ponto turístico da capital baiana, um trio elétrico foi o palco de discursos das lideranças sindicais e de atrações culturais, como bandas de axé e forró.

"Este é um ano ímpar, porque os direitos das trabalhadoras e dos trabalhadores estão sofrendo ataques muito duros e eu diria que estão sendo sequestrados. Querem rasgar a CLT [Consolidação das Leis do Trabalho] e querem rasgar a Previdência", disse o presidente estadual da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Aurino Pedreira.

Durante todo o ato, os participantes pediam, em faixas e cartazes, eleições diretas e a suspensão das propostas relacionadas aos direitos do trabalhador.

"Estão cassando todos os nossos direitos conquistados ao longo de muitos anos, com muita luta, de companheiros que tombaram e hoje não temos mais esses direitos garantidos. Importante irmos às ruas para não permitirmos que isso continue", disse a servidora pública estadual, Ângela Soares.

Após os discursos, a maioria com críticas às reformas, o artistas se apresentaram para cerca de 150 pessoas, segundo a Polícia Militar.

Brasília

Na capital federal, o ato foi marcado por discursos com críticas às reformas foi convocado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT). Segundo a central sindical, as reformas prejudicam os trabalhadores. Foram realizadas atividades culturais e de recreação para as crianças.

Mensagem

Em mensagem pelo Dia do Trabalho, divulgada por meio das redes sociais, o presidente Michel Temer disse que a reforma das leis trabalhistas que tramita no Congresso Nacional faz do 1º de Maio deste ano um "momento histórico".

Temer afirmou que a "modernização das leis trabalhistas" criará emprego para os jovens e concederá direitos a trabalhadores que antes não tinham, como os temporários. "Além de mais empregos, o resultado será mais harmonia na relação de trabalho, e, portanto, menos ações na Justiça", disse o presidente.

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