O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou um pedido de responsabilização por atos de improbidade administrativa contra o Partido Progressista (PP) e 11 de suas lideranças.Trata-se da primeira ação nesse sentido protocolada contra uma legenda no âmbito da operação Lava Jato, deflagrada há três anos. Na peça, datada de 22 de março, o órgão solicita que a sigla devolva R$ 2,3 bilhões desviados da Petrobras. Também pede a perda dos cargos e a suspensão dos direitos políticos dos citados.
As informações foram divulgadas em coletiva de imprensa na tarde desta quinta-feira (30), na sede do MPF, em Curitiba. São mencionados os ex-deputados federais Pedro Corrêa (PP-PE), Pedro Henry (PP-MT), João Pizzolatti (PP-SC) e Mário Negromonte (PP-BA), os deputados federais Nelson Meurer (PP-PR), Mário Negromonte Júnior (PP-BA), Arthur Lira (PP-AL), Otávio Germano (PP-RS), Luiz Fernando Faria (PP-MG) e Roberto Britto (PP-BA), além de João Genu, ex-assessor parlamentar do falecido deputado federal José Janene.
De acordo com o coordenador da força-tarefa, Deltan Dallagnol, pelo menos 21 outros políticos também receberam propinas a título de mesadas. Os nomes, contudo, não foram revelados, uma vez que as investigações, segundo ele, continuam. Alguns, entretanto, estariam exercendo mandato atualmente.
"A ação não obstrui nem criminaliza a atividade política, mas coloca todos como sujeitos ao que determina a lei", ponderou. Também conforme o procurador, a cobrança do montante poderá ser adaptada, para que não se impeça ou interfira na atividade partidária. "O Ministério Público não pediu, por isso, o bloqueio de verbas do fundo partidário", completou.