Em agenda no Nordeste, o presidente Jair Bolsonaro inaugurou, nesta terça-feira (8), obras de transposição do rio São Francisco, em Pernambuco. Durante discurso, o mandatário classificou a estrutura como "fantástica" e "vultosa", criticou gestões petistas, voltou a rechaçar as medidas restritivas de combate à Covid-19 e afirmou que "honrou compromissos".
"Eu conto, de forma direta ao meu lado, com 23 ministros para atingir esses objetivos. Minha gratidão a todos eles, que participaram e participam dessa obra fantástica que estamos vendo aqui ao lado. Só tem noção do que foi feito aqui quem realmente enxerga uma obra dessas", disse.
"Muitos cabras da peste trabalharam arduamente nessa obra. Muitos realmente se sacrificaram nessa coisa vultosa que vemos aqui ao lado. Fizemos a conta sobre essa estação elevatória, que termina no Rio Grande do Norte, um dia de funcionamento de vocês equivale a 30 dias de carro-pipa pelo Nordeste", acrescentou o presidente.
Segundo Bolsonaro, as obras de transposição do rio São Francisco vão, de forma efetiva, "levar aquilo que está na Bíblia, que água é vida".
"Fizemos aquilo que poucos fazem após as eleições: honrar compromissos. Escolhemos ministros não pela cor da pele, pelo gênero, pela origem, mas pessoas que pudessem realmente representar a sociedade naquela parte. Coincidência, dos 23 ministros, temos sete nordestinos. Podiam ser 23 ou só um, e ser um só Brasil", afirmou.
Bolsonaro visitou uma estação e acompanhou o acionamento das bombas da EB1, em Salgueiro (PE). Depois, participou da inauguração do Núcleo de Controle Operacional da transposição do rio São Francisco. O presidente tem ampliado a tentativa de obter a "paternidade" das obras, que foram iniciadas em gestões petistas.
Durante a cerimônia, o chefe do Executivo voltou a criticar o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e a Petrobras sob governos do PT. Bolsonaro afirmou que "os números não mentem" e que o dinheiro desviado desses órgãos é superior ao valor total das obras de transposição do rio São Francisco.
Na sequência, criticou governadores e prefeitos pela "política do fica em casa e economia vê depois" e rechaçou medidas restritivas de combate à pandemia de Covid-19.
"Muitos erraram tentando acertar, o que é comum. O duro é não ver que aquele que errou não quer reconhecer o erro. Quando determinaram que vocês ficassem em casa, e aqui tem muita gente que vive na informalidade, sem carteira assinada, emprego humilde, sem estabilidade, iam fazer o que em casa?", questionou.
"Muitos trabalhavam durante o dia para levar um prato de comida para sua família à noite. Foram jogados ao esquecimento. Lockdown, fica em casa, toque de recolher. A vida continua", complementou, com um xingamento.
O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, também falou durante o evento. Segundo ele, Bolsonaro está entregando ao povo nordestino um direito para resgatar a cidadania e a dignidade e, assim, fazer com que o Nordeste "ombreie" com as demais regiões do país.
"Nós estamos tratando o Nordeste com seriedade, com respeito, e entendendo que aqui estão os irmãos brasileiros que construíram essa nação. Porque foram os nordestinos que foram a São Paulo, ao Rio de Janeiro, ao Centro-Oeste, à região amazônica, para construírem aquelas regiões, para levarem nossa cultura, nosso sentimento de brasilidade, nosso amor ao país, que é um sentimento que une todos nós. Nós somos o sal da terra. O Nordeste abraçou o Brasil", disse Marinho.
Já o ministro da Cidadania, João Roma, avaliou que cada cidadão brasileiro é protagonista do futuro do país. "Fico muito feliz em poder viver este momento, e ver realizada a emancipação de um povo que está sendo tratado com dignidade e respeito e cada vez mais tendo atenção do governo federal", afirmou.
Fonte: R7