02-11-2023

Na segunda-feira, 30 de outubro, Amanda Oliveira, de 20 anos de idade, estava em uma consulta ginecológica em uma clínica em Prazeres, um bairro no Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco, quando foi agredida.

Segundo Amanda, quando ela chegou na sala do médico estavam a auxiliar, ele e a esposa e agressora, Mariana Paes, que não trabalha no local. Era a segunda vez que a paciente ia à clínica LP Saúde para um retorno.

Ela explicou que já havia realizado a ultrassonografiavaginal na primeira consulta, e a segunda era para realizá-la novamente. "A primeira vez foi supertranquila. Ele [médico] me deixou à vontade e a auxiliar dele também estava lá a todo momento", contou ao G1.

Amanda contou que a clínica não disponibiliza camisola hospitalar, como de costume, e para a realização do exame, ela precisou tirar a roupa. Foi então que houve o início da agressão. "Quando estava tirando minha calça, ela já estava me constrangendo, falou que era para eu ir de saia, que eu não tinha modos. Me deu um jaleco, porque lá não tem 'bata' [camisola], 'para me preservar'", disse.

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Constrangida, a paciente pediu para Mariana sair da sala, mas a mulher se negou. Após uma agressão física, ela começou a gravação. "Quando ele foi colocar o transdutor dentro de mim, ela puxou com toda força do mundo, sem consentimento. Foi aí que comecei a filmar, pelo fato de ela ter tocado em mim", explicou.

Amanda ainda se justificou pela agressão, apontando que agiu apenas conforme o procedimento. "Fiquei muito nervosa, porque cheguei e fiz o que tinha que ser feito. Não tirei graça com ninguém, não me dirigi a ele. Só dei boa tarde, mostrei o comprovante que paguei e nada mais. Até então, para mim, ela era uma médica qualquer", falou. 

E, apesar de a clínica alegar que era a primeira vez que Mariana ia ao local, a paciente disse que ouviu o contrário. "O pessoal da clínica disse que ela já tinha ido lá, que sabiam que ela ia arrumar problema, só não sabiam que ia ser comigo", lembrou.

Amanda revelou que a esposa do ginecologistajá havia criado confusão no trabalho do médico. "Imaginaram que ia ser com a auxiliar dele, pelo fato de que a outra auxiliar dele foi demitida justamente por causa dela. Todo mundo da clínica já sabia que ela era problemática", revelou.

A LP Saúde disse que o médico ginecologista foi afastado, a segurança foi fortalecida e a Polícia Civil instaurou inquérito na Delegacia de Prazeres para apuração de lesão corporal.